segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O PATO E A ESPONJA.

Por acaso você já observou o que acontece com os patos quando dão seus mergulhos na lagoa? Eles simplesmente não se molham. Suas penas são cobertas com uma camada de óleo, tornando a ave impermeável. Logo abaixo de sua cauda está localizada a glândula uropigial, que produz a secreção oleosa que salva o pato de sair encharcado de cada mergulho. Ele retira cuidadosamente o óleo com o bico e o espalha por todo o corpo. Se você lavar um pato com detergente, ele se afogará no primeiro mergulho. Mas o pato não é a única ave privilegiada com esta proteção. Praticamente metade das aves possuem a tal glândula uropigial. Ao liderar pessoas difíceis é fundamental desenvolver um mecanismo de proteção parecido com o do pato. De alguma maneira, é preciso que fiquemos impermeáveis. O grande erro é deixar que o temperamento difícil de uma pessoa se torne referência para você e para todos ao redor.
Se alguém fala alto demais em seu ambiente de trabalho, não vai demorar para que todos comecem a se comunicar aos berros. Será a vitória do erro. É preciso que aprendamos a nos tornar um pouco surdos, mantendo um jeito sereno de falar. Impermeáveis. O silêncio falará mais alto que os gritos e a serenidade será a referência determinante para aquele ambiente. O problema é que, além de não sermos patos, às vezes nos comportamos como verdadeiras esponjas. Temos a trágica capacidade de absorver tudo. Se alguém vomita num lugar público, logo buscamos um balde d’água para limpar o lugar. Por que não fazemos o mesmo com as pessoas que vomitam mau humor, inveja e raiva? Absorver estes sentimentos como uma esponja é tão asqueroso e prejudicial quanto absorver o vômito alheio.
Se pensássemos desta maneira, não ficaríamos com tanta facilidade nos remoendo em ressentimentos. Prestou atenção nesta palavra? Vou repetir: “re-sentimento”. Isso mesmo! É sentir de novo o que já fez mal da primeira vez. Recebemos uma ofensa. Basta a dor uma vez só. Mas preferimos comentar ressentidamente com alguém, depois com outro e mais outro. Ao final do dia já “re-sentimos” a mesma dor várias vezes. Jogue um balde de água nesta sujeira. O perdão é o melhor remédio. Seja pato... não seja esponja.

Padre Joãozinho 
No livro: Como Liderar Pessoas difíceis – a arte de administrar conflitos.


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