domingo, 28 de agosto de 2011

E para você?

"Uma senhora fazia feira, há mais de 20 anos, pensando nas coisas fresquinhas que iria levar para o marido, para o filho mais velho, para o filho do meio, para a caçulinha.
Um dia, ela foi surpreendida pela pergunta do feirante:
- E para a senhora, o que vai levar?
Ela foi até em casa pensando nos jilós que há muitos anos não comprava, apesar de adorar; ela nunca comprava o danado do jiló pois ninguém em sua casa gostava...
Nesse dia, ela chegou em casa e, em seguida, voltou correndo para a feira.
Comprou um monte de jilós fresquinhos e os preparou com gosto como se fossem para uma rainha, e comeu com mais gosto ainda, sentindo-se a própria rainha.
Quantos jilós deixamos de comer para agradar a essa ou aquela pessoa...
Quantas coisas boas deixamos para trás em nome do amor.
Quantos sapos engolimos e, às vezes, até humilhações sofremos calados.
Tudo em nome do amor.
Sei lá que raio de amor é esse, amor de peixe podre: quando mexe fede, quando frita faz mal!
Tenho andado pelas ruas e continuo vendo pessoas de olhar baixo, olhos cansados, semblante pesado, parece que estão esperando algo acontecer para serem felizes.
Ouço muitos suspiros, pessoas afirmam que se tivessem mais dinheiro, seriam felizes, se tivessem alguém para amar seriam felizes, se tivessem um emprego seriam felizes.
De outro lado, vejo pessoas com muito dinheiro com medo de perder o que conquistaram, com medo de sair à rua, com medo de seqüestro, obtendo "sono em caixinhas".
Vejo casais brigando por cada besteira!
Ciúmes, paranóias, desgaste de relações, filhos abandonados, incompreensão.
Gente empregada reclamando do chefe, do salário, do lugar, da cadeira, dos colegas da mesa ao lado...
E o tempo passando, escorrendo como areia fina pelos dedos; as oportunidades passam na nossa vida e nem damos bolas, estamos ocupados demais em atender a esse ou aquele pedido dos outros, estamos nervosos demais na reclamação, na angústia, na incompreensão dos outros.
Continuamos colocando sonhos malucos em nossa cabeça sem avisar as partes interessadas.
Por fim, não acreditamos que a felicidade está na nossa porta, que está dentro de nós, que podemos comer jiló a qualquer hora, que podemos não querer jiló nessa hora.
Que somos donos do nosso nariz, que se quebramos a cara em uma tentativa qualquer, somos nós que temos de nos levantar, tirar o aprendizado da experiência e tocar o barco.
Sua vida é um barquinho, sua vontade são os remos, os desafios são os rios turbulentos. Para avançar seu barquinho e alcançar um porto seguro (ser feliz),é preciso gostar de seu barquinho,cuidar dele com carinho.  Cuide primeiro do seu barquinho (sua vida), quando ele estiver forte, bonito e preparado para vencer os rios, você poderá rebocar todos os que estiverem "perdidos pelo caminho".
Ah! e se você tiver vontade de comer jiló, vá a feira, escolha os mais bonitos e coma-os até se lambuzar!



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